A batata chegou na Europa no século XVI, provocando medo e desconfiança entre os comilões. O que ninguém poderia imaginar é que, aquela bola redonda com forma irregular, seria transformada, no século XXI, no símbolo tão amado quanto odiado da globalização.
Quando aqui chegou, a batata foi acusada de ser venenosa, fruto de terra demoníaca, portadora de lepra, boa somente para os animais.
Hoje, a batata conseguiu se redimir completamente. Obteve da FAO, a agência da ONU para a agricultura, a declaração de 2008 “Ano Internacional da batata.” Isso mesmo! A idéia veio do Perú - não que o coitado do perú tenha resolvido se alimentar das pobres batatas, isso não. Digo o Perú país, ok? - que de batata entende mesmo, pois produz dezenas de variedades. A idéia do Perú, tem como objetivo fazer com que se conheça todas as virtudes da senhora batata e o papel dela – é, sim, porque a batata tem até um papel para representar – em aliviar os dissabores da pobreza, enriquecendo a alimentação e promovendo o desenvolvimento econômico. (Passou de desgraçada a Star, cheia de... papel e tudo).
Sendo assim, hoje, 50% das batatas cultivadas no mundo, terminam nos palcos de Hollywood? Que nada! Termiinam nas panelas da população: frita, pelada, cozida ou em farma de purè. Pobre diaba! Mas não estaria melhor quando estava pior? Bem feito! Quem quer aparecer demais, termina em uma panela em ebulição, posso garantir.
Bem, o certo è que, com os 77g de água e 87 kcal, a batata pensou que era Kim Basinger e começou a se despir. Decidiu expôr-se completamente, mostrando-nos suas partes mais íntimas, nos fazendo conhecer todo o seu sex appeal: 13 mg de vitamina C; 1,78 de proteína; 0,02 mg de riboflavina (Vit.B); 20,13 g de carboidrato; 1,8 g de fibras; 5 mg de cálcio; 0,01 g de gordura; 0,106 mg de tiamina; 1,44 mg de niacina; 0,31 mg de ferro; 44 mg de fósforo; 379 mg de potássio. Como se não bastasse, sendo rica de amido, cascas e cia podem produzir etanol pra ser usado como carburante. (Se Lula sabe disso… pobre das batatas!)
São as indústrias quem mais precisam do seu amido. Na indústria farmaceutica, tessil, de madeira e de papel, o amido é usado como adesivo e na petrolífera, para lavar os poços… Já existem até alguns grupos de pesquisadores – imaginem - que querem fazer da batata, um veículo contra a hepatite B… e por aí vai!
A esse ponto, a batata começa a se achar. Cansada de, no passado, quase nunca ter sido levada em consideração, desembarcou no novo século pra mostrar o que é que a batata tem...
Ela jà entendeu muito bem que a “batata excita” como em uma publicidade feita pra ela. Porque a batata agora è uma Star, sim senhor, e como tal, as grandes casas publicitárias fazem batalha para havê-la como protagonista de seus spots. É o caso do spot “Amiga Chips” idealizado pela agência Leo Burnett, com a direção criativa-executiva de Enrico Dorizza. O testimonial Rocco Siffredi, joga de forma humorística com sua “particular notoriedade”, movendo-se em volta à piscina de uma luxuosa mansão, circundado de lindas garotas em bikini e elogia aquela que declara de ser a sua “batatinha” preferida, ou seja, a “Amiga Chips”. O spot se conclue com o provocatório claim: “Quem aqui gosta de batatinha?”…
E pensar que até pouco tempo atrás, as batatinhas eram um produto direcionado principalmente às crianças… mas, hoje em dia, se pensa somente em sensacionalizar, usar frases de efeito, com duplo sentido, a fim de que falem dela… da batata, naturalmente! Qual o ser vivo que não se enche de vaidade, com isso?
Pra se manter em forma (já que se tornou uma star), a batata possue vários “personal trainers” à disposição: Os biotecnologistas. Pra eles, a batata é um objeto de estudo cotidiano.
Pode confirmar Luigi Frusciante, professor de genética agrária, na Universidade Federico II de Napolis, e expert no melhoramento genético da batata: “Conhecemos muitos processos bioquímicos, fundamentais para a expressão de caracteres ligados ao metabolismo, à reprodução, à fisiologia e à adaptação da batata (… ) Isso nos dá a possibilidade de modificar os gens, potencializre sua resistência à seca, ao frio e ao calor e melhorar os parâmetros qualitativos do tubérculo – forma e calibre, sensibilidade à temperatura e assim por diante”. Afirma Frusciante.
No mais, a batata pelada, cortada, cozida, secada, pré-frita, congelada e ensacada, mesmo com um passado desprezante, não obstante sua extraordinariamente riqueza, pode dormir sono tranquilo porque, com um ano internacional para a batata, não dá outra senão um futuro extra-brilhante!
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